terça-feira, 20 de agosto de 2013

Drogas na adolescência

DROGAS NA VIDA É UMA DROGA!
Na escola, na rua, nos shoppings, em casa, enfim, em todos os lugares estamos sujeitos às drogas. O que acontece com os jovens, crianças e adultos que entram no mundo das drogas? No campo, na cidade, nas festas, nas universidades, a droga invadiu as nossas vidas. Por quê?
Vivemos uma triste realidade em nosso país: os jovens brasileiros estão usando drogas cada vez mais cedo. Segundo especialistas, iniciam entre os 12 e 13 anos e aos 11 anos, muitos adolescentes começam a usar bebidas alcoólicas. Entre 1993 e 1997, quadruplicou o número de jovens que fumavam maconha mais de seis vezes por mês, aponta um estudo do Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid). Segundo o psicólogo Içami Tiba, o adolescente tem menos defesas biológicas, pois seu organismo ainda está em formação. “Quanto mais cedo iniciam a usar, maior é o risco de dependência”.
Muitos pais, ao se depararem com um caso de drogas em casa, chegam aos consultórios com a ideia de que o melhor é internar o filho. Mas os especialistas dizem que internação é um recurso extremo e estudos científicos mostram que 85% dos casos são tratados sem necessidade de internação. As clínicas de desintoxicação são indicadas apenas para dependentes que tenham algum problema mental ou psíquico associado, ou quando existe risco de suicídio. Vale também para os casos em que já se tentou de tudo e não se obteve êxito.

A DESTRUIÇÃO DO SER HUMANO
Quando o Homem se torna refém de si próprio por não conseguir vencer a luta contra as drogas.
 Através de depoimentos, pode-se ter uma ideia como os usuários se sentem: “Aos 16 anos comecei a usar drogas. A maioria dos meus amigos consomem drogas, e eles viviam me implorando pra experimentar, e eu sempre recusava, só que de tanto eles me oferecerem, eu fiquei curioso e “bá”, acabei usando. Hoje consumo drogas aos fins de semana e às vezes nos dias de semana.” disse o menor M. S. D, de 16 anos. Sua experiência lamentável não é pior do que a de Angelo Pugliese, 29 anos que chegou a ser internado e preso: “Como faltava muito ao emprego, fui demitido e minha família me internou numa clínica. Fugi e quando voltei para casa, meu irmão e minha mãe me expulsaram. Fui morar com um primo e não demorei muito para frequentar a Cracolândia. Depois de dois meses, voltei para minha casa. [...] Com raiva do meu irmão, tentei matá-lo. Fui levado para a delegacia e depois me senti muito envergonhado. Decidi então me internar. Estou limpo há dois meses e arrumei um emprego como vendedor. [...] Por saber que tenho uma doença progressiva, incurável e fatal, frequento reuniões de grupos de dependentes anônimos. Não me considero recuperado, mas sim em recuperação.” “O mais importante é que meu irmão me perdoou.” É possível perceber pelo depoimento, que para sair do mundo das drogas há necessidade de força de vontade, apoio de psicólogos, terapeutas e principalmente dos familiares. Sem o suporte dos pais, principalmente, é quase impossível uma pessoa deixar de usar as drogas.
USAR POR QUÊ?
Se tanto se sabe sobre os males das drogas, por que as pessoas ainda caem neste poço sem fundo?

            A Lei proíbe menores de beber, mas ninguém a respeita e os jovens pagam um preço alto pro isso. Hoje, fumar, beber, usar anabolizantes e experimentar drogas faz parte da realidade de jovens das grandes metrópoles e até das pequenas cidades do interior. Pouco importa onde se encontrem, sempre aparece alguém trazendo a droga da moda. Passa-se de uma a outra com rapidez, a maconha dos anos sessenta, deu lugar à maconha de hoje, que é dez vezes mais potente que a antiga, em teor de THC (tetrahidrocanabinol), princípio ativo da droga. A cocaína, droga da elite dos anos 70, popularizou-se, perdendo cerca de 80% de seu antigo preço, tornando-se comum, mesmo entre as classes mais baixas, consumida também na forma do crack ou da merla.
Angústia, tristeza, sonolência, insônia, tensão, cansaço e melancolia são coisas afastadas pelas drogas, além de parecer ser o caminho mais fácil para se penetrar num mundo de sonhos, de "delírios celestiais". Por isto, muitos são os fatores que levam uma pessoa a ficar mais sujeita ao uso de drogas. Entre eles, podemos citar a falta de informações sobre seus os efeitos; o acesso fácil; descontentamento com a realidade da família ou da sociedade; a busca de sensação de segurança ou de euforia; a simples curiosidade; o desejo de ser "aceito" em um grupo; e saúde deficiente.
AFINAL, QUEM SÃO ELAS?
Os diversos tipos de drogas têm variados tipos de reações e efeitos, mas todas convergem no mesmo resultado: prejudicando a vida.
            Os efeitos das diversas drogas no corpo humano podem variar de sensações de prazer até a completa devastação do organismo. Existem três tipos de drogas: as drogas naturais, as sintéticas e as semissintéticas.  
As drogas naturais são aquelas que não são produzidas em laboratório e provocam seus efeitos de forma natural, sem nenhum componente químico. Geralmente são extraídas de plantas ou cogumelos. São elas a maconha, o ópio, os cogumelos alucinógenos e a nicotina e podem ser fumadas em cigarros ou cachimbos, consumidos em forma de chá ou até digeridos. Seus efeitos vão desde a sensação de bem-estar, euforia, alívio da dor, tranquilidade e sonolência até a perda da coordenação motora, memória, aumento da frequência cardíaca, hipertensão e morte.
As drogas sintéticas são produzidas a partir de substâncias químicas ou soluções químicas que não são encontradas na natureza e são psicoativas, ou seja, que agem no sistema nervoso central, provocando mudanças de comportamento percepção e humor. As mais conhecidas são LSD, ecstasy e cola de sapateiro, são consumidas via oral, em comprimidos, papel, barras, injetadas ou inaladas; seus efeitos vão desde as alucinações visuais e auditivas até experiências místicas, pensamento desordenado e perda de noção de tempo e lugar. Em longo prazo, causam dependência, depressão, lesões cerebrais e complicações em vários órgãos, como pulmões, rins e coração.
As Drogas semissintéticas são obtidas em laboratórios através de alterações químicas em drogas. Estão nesse grupo a cocaína, o crack, a heroína, o oxi e as bebidas alcoólicas. Podem ser aspiradas, fumadas, aplicadas na veia e bebidas causando euforia, sensação de auto-confiança e bem-estar. Entretanto, doses maiores geram comportamentos violentos, irritabilidade e paranoia e, em longo prazo, causam dependência, problemas cardíacos e graves problemas psiquiátricos, além do risco de morte.

O LADO NEGRO DA FAMA

Ricos e famosos cedem ao apelo das drogas, comprometendo a carreira, sufocando o sucesso e chegando ao fim da linha. 

Muitos atores se envolvem no mundo das drogas. Alguns, com tratamentos, internações conseguem sair; outros acabam morrendo. Exemplos não faltam de personalidades que comprometeram sua carreira, imagem e a vida devido à droga.         

ESTRELAS: DO CÉU AO INFERNO
Macaulay Culkin

Fábio Assunção

John Lennon e Yoko Ono

Gilberto Gil

Elis Regina

Lindsay Lohan




ESTATÍSTICA DAS DROGAS
Os dados são alarmantes, o número de usuários de drogas no mundo e no Brasil assemelha-se a uma calamidade social.
As drogas são uma questão de saúde pública, o efeito danoso que o seu consumo traz a vida do seu usuário e das demais pessoas, em seu círculo social ou convívio, aumenta a necessidade de conhecê-la e de reduzir o seu uso.  Sendo assim, os dados estatísticos são uma forma de auxiliar qualquer intervenção planejada.
            O jornal Folha de São Paulo, do dia 03/02/2012, publicou que existem entre 149 a 271 milhões de usuários de droga no mundo, ou seja, cerca de 2,8% a 4,5% da população do planeta. Já em 2005, o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) constatou que as drogas lícitas são as mais utilizadas e também têm um maior número de dependentes e que o consumo de álcool tem uma grande influência negativa sobre a força de trabalho, a Previdência Social e a saúde pública, pelos problemas físicos e psicossociais que provoca.
Segundo a ONU, em 2009, o Brasil aparece em quarto lugar entre os maiores consumidores de drogas injetáveis do mundo e o Inpad (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas), em 2012, aponta que o Brasil possuía 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína, sendo metade deles dependentes. Esses 2,6 milhões de brasileiros que alegaram fazer o uso do crack e da cocaína representam 20% do total de consumidores de cocaína em escala mundial, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Estas são estatísticas importantes para avaliar fatores ligados ao seu consumo, sua presença nas comunidades e as consequências que trazem. No Brasil, a estimativa é de que as drogas matem anualmente cerca de 250.000 brasileiros. Para mudar este quadro, o país precisa investir urgentemente em educação, em prevenção e em tratamentos eficientes.
SINAIS DE ALERTA
O que os pais, os amigos e a sociedade devem e podem fazer para identificar o caminho para a dependência?
A pessoa tem dificuldade de se controlar, sente necessidade de doses cada vez maiores, abandona outras atividades para usar a droga, passa mal quando não usa e não admite os problemas que a droga causa. Estes são os principais sinais da dependência química que mistura fatores psicológicos e orgânicos e indicam a necessidade de tratamento.
O tripé-chave do tratamento é terapia, medicação e trabalho junto à família. "A eficácia do tratamento é maior quanto mais desses recursos se usar", afirma o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, chefe do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), da Universidade Federal de São Paulo. Para controlar as crises de abstinência, os médicos dispõem hoje de um leque de medicamentos indicados de acordo com o grau de dependência e o tipo de droga. "Temos novas opções de remédios que não causam dependência e que minimizam uma série de problemas da abstinência", diz Silveira. O apoio psicológico pode vir de grupos de autoajuda, como NA (Narcóticos Anônimos), AA (Alcoólicos Anônimos), ou ainda procurar ajuda na Associação Parceria Contra Drogas.
ENTÃO, COMO SE PREVENIR?
Num mundo com tantos apelos, a atenção e vigilância é o caminho para a prevenção contra as drogas.
Prevenir o uso indevido de álcool e outras drogas constitui ação de inquestionável relevância nos mais diversos contextos sociais – família, escola, comunidade, empresa –, dada a complexidade da questão e os prejuízos associados ao abuso e à dependência de substâncias psicoativas. As ações de prevenção realizadas pelas instituições governamentais e não governamentais relacionadas às questões de álcool e outras drogas são analisadas tomando-se como parâmetro os seguintes enfoques: a prevenção universal dirige-se à população em geral (usuária ou não de drogas) ou a setores amplos em que não se identificam fatores de risco específicos; a prevenção seletiva que é dirigida a grupos específicos da população, visa identificar os fatores de risco associados ao uso indevido de álcool e outras drogas e atuar de forma a atrasar ou impedir o seu abuso; e a prevenção indicada que é planejada para indivíduos que já apresentam os primeiros sinais de uso abusivo de álcool e outras drogas e tem por objetivo prevenir a evolução de um possível quadro de dependência e suas complicações. O enfoque da intervenção deve ser específico para cada indivíduo ou grupo e considerar os problemas sociais e de saúde relacionados ao padrão de consumo.
Ações preventivas devem ser pautadas em princípios éticos e pluralidade cultural, e sempre voltadas para a saúde física e mental, ao bem-estar, à integração socioeconômica e à valorização das relações familiares. As mensagens das campanhas e programas educacionais preventivos devem ser claras, atualizadas e fundamentadas cientificamente.
Os caminhos que levam a este abismo são inúmeros e atraentes, e não se podem identificar quais os motivos que levam ao consumo de drogas, mas podemos admitir que vários fatores podem influenciá-lo, como a curiosidade, a influência de amigos, familiares, com alguns se sobrepondo, apresentando maior ou menor incidência, variando de acordo com a personalidade do indivíduo. O caminho para se evitar tantos malefícios é só um: NÃO COMEÇAR!

Referências:                                                                                               
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2012-09-05/brasil-e-o-maior-mercado-consumidor-de-crack-do-mundo-aponta-estudo.html
Revista Mundo Estranho, editora abril, ed.49, 2012.

Pesquisa: Anna Beatrice Guedes Albuquerque, Davi Melo de Lima, Isabel Rodrigues de Meneses, Luís Augusto Oliveira Santos, Luís Henrique Silveira Rocha Barbosa e Willian Mathaus da Silva Soares. Edição: Luís Augusto Oliveira Santos.  Revisão: Luís Henrique Silveira Barbosa.

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